A música dos The Cure tem sido categorizada como rock gótico, subgénero do rock alternativo, como uma das principais bandas, no entanto, Robert Smith disse em 2006 que "é patético quando o 'gótico' ainda se cola ao nome The Cure", considerando o sub-género "incrivelmente estúpido e monótono. Verdadeiramente lastimoso".[76] Ainda assim, Smith afirma que "não somos categorizáveis. Suponho que fossemos pós-punk quando aparecemos, mas na totalidade é impossível. Eu só toco 'música Cure', seja lá o que isso for."[77]
Ainda sobre este mesmo tema, Robert Smith, uma vez mais questionado sobre o assunto, em 2008, para a NME, respondeu:
"Quando eu ingressei nos Banshees, estava consciente que estava a entrar numa banda gótica, e que a Siouxsie era um ícone gótico. Tornei-me de facto um ícone gótico por volta dessa altura."
"Quando eu estava com os Banshees eu vinquei o meu ponto ao usar pijamas - Eu vesti um pijama às riscas azuis. Eu queria realçar que não fazia parte desse mundo. Eu costumava ir beber com o Steve Severin ao Batcave por volta dessa alturar e não há nada mais gótico do que estar a beber no Batcave com o Severin em 1983. Mas eu estaria usando um pijama."
"Quando fizemos o álbum Faith em 1981, o gótico ainda não tinha sido inventado, nós eramos uma "raincoat band". Estavamos a inventar o gótico com esse álbum e o Pornography. Mas nós não o eramos, estavamos apenas a tocar música emocional. Eu sentia-me um bocado desesperado na altura, a banda no seu todo era um bocado desesperante, pensavamos que ia acabar com o Pornography."[78]
Apesar de serem vistos como produtores de música obscura e sombria, os Cure também obtiveram sucesso com algumas músicas alegres. A Spin Magazine, escreveu que "Os Cure sempre foram uma banda do tipo: ou Robert Smith está a afincadamente dedicado numa tristeza gótica ou está a lamber um pegajoso algodão-doce dos seus dedos manchados de batom".[79]
O estilo musical primário dos Cure tem sido listado como "linhas de baixo melódicas e dominantes; vozes lamuriosas e sufocantes; e uma obsessão lírica com o existencial, quase um desespero literário".[80] A maior parte das músicas dos Cure começam com as partes de baixo e de bateria de Smith e Gallup. Ambos gravam demos em casa e depois em estúdio para aperfeiçorem suas ideias. Smith afirmou em 1992, "Eu penso que quando as pessoas falam comigo acerca do som dos Cure, referem-se ao baixo de 6 cordas, guitarra acústica, e à minha voz, mais o som de cordas do Solina".[81] Por cima desta base é acrescentado "grandes camadas de guitarras e sintetizadores"[1] Os teclados sempre foram um componente no som da banda desde o Seventeen Seconds, e a sua importância aumentou com o uso proeminente no Disintegration.[82]
Legado
Influência
Os The Cure têm servido como uma influência principal em diversos artistas que emergiram durante os trinta anos de carreira da banda, incluindo Jane's Addiction,[83] The Smashing Pumpkins,[84] e Dinosaur Jr.[85] Smith notou que ele vê as bandas influenciadas pelos Cure, Interpol e My Chemical Romance, com afecto, adicionando que "também acho a obsessão com Simon [Gallup] de Carlos D. [baixista do Interpol] fofa".[86] Além disso, o grupo foi uma das primeiras bandas alternativas a ter um sucesso comercial nas paradas numa era antes do rock alternativo ter chegado ao mainstream. Em 1992, a NME afirmou que The Cure se tornaram durante os anos 1980 "uma máquina de sucessos gótica (19 até hoje), um fenómeno internacional e, sim, a banda alternativa mais bem sucedida que já vagou desconsoladamente pela Terra".[87]
The Cure na cultura popular
Várias referências foram feitas aos The Cure e à sua música na cultura popular. Diversos filmes usaram títulos de canções dos Cure como títulos de filme, incluindo Boys Don't Cry (1999) e Just Like Heaven (2005). A série de TV One Tree Hill tem feito várias referências ao grupo: vários episódios têm nomes de canções como "To Wish Impossible Things", "From The Edge of the Deep Green Sea", "The Same Deep Water as You" e "Pictures of You". A música "Apart" teve um papel proeminente em um dos últimos episódios da 1ª temporada. Adicionalmente, na 3ª temporada, Peyton e Elie entram em uma discussão quanto a qual é o melhor álbum dos Cure: Disintegration ou Wish. E no final da 5ª temporada, Peyton escreveu a letra de "Lovesong" no chão da Rivercourt.
Em algumas situações, a imagem obscura dos Cure tem sido parodiada. No segundo ano de The Mighty Boosh, The Moon canta o refrão de "The Lovecats". Noutro ponto desta série, um poderoso spray para cabelo, o Goth Juice, é dito ser "O mais poderoso spray de cabelo conhecido pelo homem; feito das lágrimas de Robert Smith". The Mary Whitehouse Experience mostrava frequentemente breves clipes das estrelas do show cantando músicas cómicas e rimas de enfermaria como os The Cure em um estilo deprimente. Robert Smith apareceu no episódio final da primeira série de The Mary Whitehouse Experience, dando um soco no personagem Ray (interpretado por Robert Newman) enquanto murmurando a frase de impacto de Ray "Oh no what a personal disaster" ("Oh não, que desastre pessoal").
Robert Smith deu voz a si próprio na primeira temporada da série animada South Park[88] a pedido de um dos criadores, Trey Parker, um fã dos Cure.[89] Smith apareceu no episódio "Mecha-Streisand", aonde lutou contra a gigante metálica Barbra Streisand. Assim que se afasta triunfante pela montanha acima no fim do episódio, o personagem Kyle Broflovski grita "O Disintegration é o melhor álbum de sempre".[90]
Discografia
Ver artigo principal: Discografia dos Cure
Em 2008, os The Cure tinham editado treze álbuns de estúdio, além de diversos singles, colectâneas, apresentações ao vivo e documentários de gravação.
1979 - Three Imaginary Boys
1980 - Seventeen Seconds
1981 - Faith
1982 - Pornography
1984 - The Top
1985 - The Head On The Door
1987 - Kiss Me Kiss Me Kiss Me
1989 - Disintegration
1992 - Wish
1996 - Wild Mood Swings
2000 - Bloodflowers
2004 - The Cure
2008 - 4:13 Dream
O grupo também compôs canções inéditas para filmes, como "Burn" para O Corvo, "More Than This" em Ficheiros Secretos e "The Dredd Song" para Juiz Dredd. Outras canções foram incluídas em bandas sonoras, tais quais "Boys Don't Cry" em The Wedding Singer e Busenfreunde; "In Between Days" em Grosse Pointe Blank; "Just Like Heaven" em Judas Kiss, Gypsy 83, Just Like Heaven e The Man Who Loved Ynge; "Doing the Unstuck" em Gypsy 83; Career Girls, American Psycho e Marie Antoinette.
Também apareceu em séries televisivas como Melrose Place, One Tree Hill, Beavis and Butt-Head, Cold Case, Reunion, entre outras.
também fazem uma cover de "World In My Eyes" para o álbum de tributo aos Depeche Mode, For The Masses.
Ex-integrantes
Michael Dempsey: baixo (1976 – 1979)
Matthieu Hartley: teclas (1979 - 1980)
Andy Anderson: bateria (1983 - 1984)
Phil Thornalley: baixo (1983 – 1984)
Laurence Tolhurst: bateria e teclas (1976 – 1989)
Boris Williams: bateria (1984 - 1993)
Roger O'Donnell: teclas (1987 – 1990, 1995 - 2005)
Perry Bamonte: teclas e guitarra (1990 - 2005)
Prémios
Certificados da RIAA
Informações retiradas da base de dados da RIAA.[91]
The Head On The Door - Disco de ouro (18 de Março de 1991)
Standing on a Beach - Disco de dupla platina (12 de dezembro de 1997)
Staring At The Sea - The Images - Disco de platina (27 de setembro de 1989)
The Cure In Orange - Disco de platina (18 de Janeiro de 1990)
Kiss Me, Kiss Me, Kiss Me - Disco de platina (14 de agosto de 1990)
Disintegration - Disco de dupla platina (1 de julho de 2004)
Mixed Up - Disco de platina (11 de agosto de 1992)
Picture Show - Disco de ouro (11 de Maio de 1993)
Wish - Disco de platina (16 de Junho de 1992)
Wild Mood Swings - Disco de ouro (1 de julho de 1996)
Galore - Disco de ouro (17 de Outubro de 2001)
Trilogy - Disco de platina (26 de julho de 2005)
Certificados da BPI
Informações retiradas da base de dados da Indústria Fonográfica Britânica.[92]
Boys Don't Cry - Disco de platina (1 de Março de 1991)
The Head On The Door - Disco de ouro (9 de Dezembro de 1985)
Standing on a Beach - Disco de ouro (17 de Junho de 1986)
Disintegration - Disco de ouro (5 de Maio de 1989)
Mixed Up - Disco de ouro (26 de Novembro de 1990)
Wish - Disco de ouro (1 de Maio de 1992)
Award Shows
"Fascination Street" — Best Post Modern Video, MTV Video Music Awards (1990) (indicação)[93]
"Lullaby" — Best British Music Video, Brit Awards (1990) (vencedor)[93]
The Cure — British Group, Brit Awards (1991) (vencedor)[93]
Wish — Best Alternative Music Performance, Grammy Awards (1993) (indicação)[93]
Bloodflowers — Best Alternative Music Performance, Grammy Awards (2001) (indicação)[93]
The Cure — The Most Inspiring Band, Q Awards (2003) (vencedor)
The Cure — Best Live Act, MTV European Awards (2008) (indicação)
The Cure — Godlike Genious, NME Awards (2009) (vencedor)
Referências
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[editar]
Bibliografia
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The Cure: A Visual Documentary, por Dave Thompson e Jo-Ann Greene(1988) Omnibus Press ISBN 0-7119-1387-0
The Cure: Songwords 1978-1989 S. Hopkins, Robert Smith and T. Foo (1989) Omnibus Press ISBN 0-7119-1951-8
In Between Days: An Armchair Guide To The Cure por Dave Thompson, Helter Skelter Publishing (October 2005) ISBN 1-905139-00-4
The Cure - Greatest Hits Hal Leonard Corporation (Maio 2002) ISBN 0-634-04667-5
Robert Smith: "The Cure" and Wishful Thinking por Richard Carman (2005) Independent Music Press (UK) ISBN 9-78095-497041-3
Après la Pluie, por David Fargier (2004) Editions Vents d'Orage ISBN 2-9522546-0-5
Success Corruption & Lies, por Ross Clarke (1992) Kingsfleet Publication ISBN 1874130035
The Cure", por Jo-Ann Greene (1986), Bobcat Books ISBN 0-7119-0805-2
Catch: Robert Smith And The Cure, por Daniel Patton (1997) The Dunce Directive ISBN 0-9522068-1-1
Never Enough: The Story of the Cure, por Jeff Apter (2006) Omnibus Press. ISBN 1-84449-827-1
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